É a Taxa básica de juros da economia, que influencia outras taxas de juros do país, como as taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Ela é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. A SELIC é a taxa de juros média praticada nas operações compromissadas com títulos públicos federais com prazo de um dia útil. O Banco Central realiza operações no mercado de títulos públicos para que a Taxa SELIC efetiva esteja em linha com a meta da taxa SELIC, que é definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
Seu nome “SELIC” vem da sigla – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que é uma infraestrutura do mercado financeiro administrada pelo Banco Central. Nesse sistema são depositados e transacionados títulos públicos federais.
A Taxa média registrada nas operações feitas diariamente nesse sistema equivale à Taxa SELIC.
Mas quais são os tipos de operações? São empréstimos a curtíssimo prazo, com vencimento em apenas um dia – realizados entre as instituições financeiras, que têm títulos públicos federais dados como garantia.
A taxa média desses negócios, apurada todos os dias, é chamada se SELIC “efetiva”. É o percentual de juros que efetivamente está sendo praticado nesse mercado.
Para que serve a TAXA SELIC?
É um dos elementos centrais da estratégia de política monetária no Brasil, que está baseada em um sistema de metas de inflação. Foi criado em 1999, ele estabelece o compromisso do país em adotar medidas para manter à inflação dentro de uma faixa fixada periodicamente pelo Conselho Monetário Nacional (CNM), que é composto pelos Ministros e o Presidente do Banco Central.
O objetivo é assegurar a estabilidade da economia e evitar descontroles de preços como os que o país já viveu em décadas passadas, que causam a perda do poder de compra da moeda.
O governo tem como principal estratégia para manter a inflação controlada influenciando a quantidade de dinheiro que circula na economia. Ou seja, quanto mais recursos estiverem disponíveis, maior a tendência das pessoas consumirem, e quando elas aumentam a demanda por produtos e serviços, é natural que os preços subam, e o contrário também é verdadeiro.
Assim entra a SELIC, ela é a principal ferramenta que o Banco Central dispõe para controlar o volume de recursos em circulação. Quando a economia está aquecida e os preços começam a subir a ponto de minar a meta de inflação, a SELIC é elevada. Com os juros mais altos, fica mais caro tomar crédito – e não só para os consumidores, como também para as empresas e o próprio governo. Isso desestimula o consumo e ajuda a controlar os preços.
A medida oposta é tomada em períodos em que a inflação está controlada ou abaixo da meta. Quando há espaço, a SELIC diminui, o que estimula o consumo e ajuda a aquecer a economia.
Impacto no Crédito
A Taxa SELIC é uma referência para o custo das linhas de crédito em geral. Quando ela é elevada, a tendência é de que empréstimos e financiamentos fiquem mais caros – ou seja, que os bancos ou outras instituições financeiras cobrem juros mais altos nessas operações. Já quando a SELIC diminui, acontece o movimento contrário – os juros do crédito ficam mais baratos.
Impacto no Consumo
Crédito e consumo andam lado a lado. Quando os empréstimos e financiamentos ficam mais caros, naturalmente o nível de consumo tende a diminuir, já que o custo dos produtos e serviços aumenta também. Por isso, a tendência é de que uma elevação da SELIC cause uma redução das compras. Na situação oposta, quando a SELIC cai – o consumo costuma aumentar.
Impacto nos Investimentos
Uma elevação da SELIC beneficia os investimentos de renda fixa, que oferecem uma remuneração baseada em juros. E o caso dos títulos públicos do governo federal, dos tradicionais CDBs emitidos pelos bancos, das letras de crédito, das debêntures, entre outras. Todos esses papéis tendem a ter uma rentabilidade maior em tempos de SELIC em alta. Do mesmo jeito, quando a taxa é reduzida, o mesmo acontece com o retorno deles.
A definição da Taxa SELIC
A Taxa SELIC “meta” é definida e anunciada pelo COPOM. Ela representa o alvo a ser perseguido pela instituição, isso significa que o Banco Central pode usar suas ferramentas que basicamente são as negociações de títulos públicos – para conduzir a taxa efetiva o mais perto possível da taxa meta. O COPOM se reúne a cada 45 dias para decidir que a SELIC meta vai vigorar no próximo mês e meio.
O que faz a SELIC subir e cair?
Na prática, depois de estabelecer uma meta para a SELIC, o Banco Central precisa agir para que a taxa efetiva se mantenha naquele patamar. O anúncio por si só, não garante que os juros permaneçam no nível definido.
A atuação do Banco Central acontece no que se chama de Mercado Aberto. Basicamente, o que ele faz é comprar e vender títulos públicos federais, todos os dias, aumentando e diminuindo a oferta deles, de modo que a manter os juros próximos do valor definido pelo COPOM.
Exemplo – Suponha que em uma determinada reunião foi decido que a SELIC deve aumentar. Para conduzir esse movimento de alta dos juros, o Banco Central procura vender mais títulos públicos as instituições financeiras. Para que sejam atraentes, eles precisam ser negociados a um preço mais baixo, o que implica em oferecer uma remuneração maior. Isso repercute nas taxas de juros praticadas pelas próprias instituições financeiras, pois só será interessante para elas realizar outras operações de crédito – em vez de manter o dinheiro aplicado nos títulos públicos vendidos pelo Banco Central – se as taxas também forem maiores.
Para pressionar a SELIC para baixo, o Banco Central faz ao contrário. Em vez de vender, ele procura comprar títulos públicos que as instituições financeiras já tenham na sua carteira. Para que, de fato, os bancos tenham interesse em vender seus papéis de volta para o Banco Central, é preciso que sejam negociados a um preço mais alto, o que tende a empurrar a remuneração geral dos títulos públicos para baixo.
Quando observamos outros tipos de investimentos, como os de renda variável é diferente em relação a rentabilidade real. Os ativos dessa modalidade de renda sofrem um impacto indireto da movimentação da SELIC.
Suas razões – Uma SELIC mais baixa costuma impulsionar o consumo. Se as pessoas consomem mais, as empresas tendem a vender mais os seus produtos. Com resultados melhores, as ações dessas companhias tendem a distribuir mais dividendos e também a se valorizar. Já quando a SELIC aumenta, a atividade econômica em geral acaba esfriando, assim os resultados das empresas.
Ao mesmo tempo em que estimula o consumo, a SELIC baixa também reduz o custo do crédito para as empresas. Isso facilita os investimentos, por exemplo, na expansão das instalações ou outros projetos que as permitam crescer.
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